BLOCOS ECONÔMICOS – DEFINIÇÃO E INTEGRAÇÃO.

Tempo de leitura: 6 minutos

Nós aqui no blog já fizemos uma série especial com os blocos mundiais mais importantes, sendo eles:

Mercosul

União Européia

ALCA

Nafta

APEC

SADC

Mas agora que você conhece quais são os principais blocos econômicos, você saberia me responder como se dá o processo de formação de um bloco? Quais etapas os países interessados devem percorrer e como se dá sua organização?

Se a resposta for não para pelo menos uma das perguntas acima, este artigo vai lhe ajudar a entender este processo! Vamos ao tema…

Integração de blocos econômicos, como funciona?

Antes de tudo, vamos entender qual a função de um bloco econômico, para só depois avançar na explicação de como eles se formam.

Um bloco econômico tem por finalidade ser um conglomerado de países com a troca de benefícios mútuos onde seus membros tenham maior interação entre si, trazendo um poder político e econômico maior do que estes países teriam individualmente.

Os blocos econômicos também possuem a função de aumentar a relação econômica destes, em um movimento de globalização onde as partes individuais se relacionam como um todo através da união de impostos, moedas e até decisões governamentais.

Os blocos quase sempre se constituem devido a proximidade dos países, como é o caso da União Europeia e o Mercosul, porém existindo também grupos afastados geograficamente como no caso do Trans-pacífico ou o BRICS, sendo este último ligado por um conceito econômico social: o status de emergente.

Pois bem. Uma vez definido o conceito de bloco econômico, podemos avançar e entender como se dá a união destes países. Separamos abaixo as etapas em 6 itens, cada qual descrevendo o passo a passo da união.

(Com o avanço de cada etapa, os benefícios da etapa anterior se mantém).

1º: Zona de preferência Tarifária:

Nessa primeira etapa, cada país ainda possui sua própria moeda, cada qual com sua força econômica e taxa de câmbio. Desse modo a importação e exportação de produtos são tarifados normalmente, sem que haja benefícios entre os países.

Para o início de integração dos países no bloco econômico, são estudados as tarifas individuais de cada país e realizado um relatório sobre quais serão as novas tarifas preferenciais, ou seja, quais os novos valores que serão cobrados para troca de produtos importados entre os membros do bloco.

Sendo assim, países que realizem a troca de mercadorias intra-bloco terão benefícios com um menor percentual de impostos em contrapartida daqueles que não estão no bloco. Então o Brasil, por exemplo, não teria benefício tarifário em vender suas máquinas para a Alemanha, uma vez que nosso país não se encontra dentro da UE.

Já a França, por fazer parte do bloco, estaria em vantagem no valor dessa mesma máquina (lembrando que, uma vez que ainda não há uma moeda única no bloco, o valor do câmbio pode deixar esse benefício maior ou menor, dependendo da moeda dos países).

Isso ajuda na competitividade dos países do bloco quando suas economias se fortalecem em conjunto.

2º: Livre comércio:

Na segunda etapa institui-se uma zona de livre comércio entre os países membros do bloco, onde produtos são agora negociados com redução gradativa de tributos até o momento em que ocorre a isenção intra-bloco, com mercadorias produzidas por países membros circulando livremente sem a cobrança de impostos.

Em contrapartida, cada país ainda possui autonomia em sua política comercial e taxa de câmbio, o que pode tornar um produto mais caro no país X do que no país Y.

3º: União aduaneira:

No terceiro passo os impostos internamente são extintos, havendo a livre circulação de mercadorias e bens dentro do bloco sem qualquer tipo de imposto. Há também a instauração de uma tarifa externa comum (TEC), onde TODOS os países do bloco instauram um único imposto para a importação de produtos de países que não façam parte do grupo.

Essa medida é tomada para que seja mais atrativo a compra e venda de mercadorias entre os países do próprio bloco, fortalecendo suas economias e tornando o grupo mais forte economicamente.

4º: Mercado comum:

No mercado comum, a quarta fase, há a liberalização da transição de mercadorias, pessoas, serviços e capital. Portanto, qualquer pessoa ou empresa pode circular ou se instalar em qualquer território dentro dos países membros do bloco econômico, havendo também a padronização de impostos pagos pelas empresas e pela população, bem como a consolidação de leis trabalhistas e sociais.

5º: União Econômica (monetária):

Essa é a fase mais delicada e trabalhosa dentro da integração de blocos econômicos, uma vez que diferentes países, cada qual com suas unidades monetárias passam a compartilhar o uso de apenas uma moeda.

A união econômica também compreende a padronização de políticas econômicas (macro e micro) com a criação de um Banco Central que será responsável por administrar os mais diversos assuntos do bloco, bem como ser um comunicador econômico com os bancos centrais de outros países.

(A criação de um banco central para o bloco não necessariamente implica na destituição dos bancos centrais individuais de cada país membro).

6: Integração total:

A última etapa de um bloco econômico é a integração total, seja ela econômica, política e social. Isso inclui alterar toda a legislação individual dos membros tornando-a única com uma autoridade supranacional com poderes para elaborar leis, constituição e políticas, estando os demais países sob sua autoridade.

A sexta etapa de integração não foi alcançada por nenhum bloco econômico até então.

Em que fase cada bloco está atualmente?

Abaixo segue os blocos econômicos e em que fase cada um se encontra:

Mercosul: 2º Fase – Livre Comércio. (há economistas que afirmam que o país ainda está na 3º Fase).

União Europeia: 5º Fase – União Econômica.

ALCA: Indefinido.

Nafta: 2º Fase – Zona de Livre Comércio.

APEC: Indefinido.

SADC: Indefinido.

Então é isso! Agora você já sabe como é formado um bloco econômico e quais as etapas necessárias para sua implementação. Se você gostou do artigo, não deixe de compartilhar com os amigos!

Até a próxima!

5 Comentários


  1. Boa noite. Gostaria de saber qual a diferença entre instituições financeiras e blocos econômicos. Parabéns pela excelente aula. Grato. Saudações.

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    1. Olá José, tudo bem?

      Blocos econômicos são um grupo de países que se unem espontaneamente a fim de, juntos, obter maiores vantagens comerciais, fiscais, dentre outras para todos os países envolvidos. Já instituições financeiras são órgãos, empresas (públicas ou privadas) tais como bancos, sejam elas ligadas diretamente ou indiretamente ao governo, que fazem parte da macroeconomia.

      Espero ter ajudado! Abraços…

      Responder

  2. Só um detalhe, os BRICS não formam um bloco econômico. Ao contrário do Mercosul ou da União Europeia, o BRICS não pode ser reconhecido como um bloco econômico oficial, pois não possui um estatuto ou registro formal. O BRICS funciona apenas como um mecanismo político internacional de cooperação mútua entre os países integrantes.

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  3. BRICS não é um bloco econômico. Ao contrário do Mercosul ou da União Europeia, o BRICS não pode ser reconhecido como um bloco econômico oficial, pois não possui um estatuto ou registro formal. O BRICS funciona apenas como um mecanismo político internacional de cooperação mútua entre os países integrantes.

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