CONSUMO – O QUE É?

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No artigo de hoje iremos falar sobre um tema comum à economia, o consumo.

Neste artigo vamos fazer um mix de assuntos passando por micro, macro e por uma dica de investimentos para que você possa ter uma visão global deste importante item na teoria econômica. Vamos a ele?

Consumismo e Consumo, como diferenciar?

Um erro comum de muitas pessoas é confundir “consumismo” com “consumo”. A diferença é que o primeiro é quando o indivíduo possui hábitos de compra desenfreados, geralmente de coisas que são supérfluas e não remetem à sobrevivência. Consumo por sua vez é quando o indivíduo adquire aquilo que lhe é necessário.

O grande problema do consumismo é que se não observado pode se transformar em uma doença psicológica pela compulsão de comprar quando este está ligado à satisfação ou ansiedade, o consumismo pode causar problemas no modo de que uma pessoa se comunica com o mundo.

Muitos pesquisadores traçam uma linha da origem do consumismo ligando as ao processo da industrialização explosiva que ocorreu durante a Revolução Industrial que foi um período em que a produção deixou de ser artesanal e passou a ser realizada em massa.

A grande crítica se diz respeito ao fato dos trabalhadores não conhecerem mais a origem dos produtos que os consumiam e que cada vez mais eram influenciados a realizar compras sem a real necessidade.

(Clique aqui e descubra qual a crítica de Karl Marx sobre o consumo capitalista).

Os processos do consumo.

Pelos muitos processos dos quais se passam a origem da necessidade de consumir, podemos citar alguns:

  • Necessidade/demanda: nesta primeira fase o consumidor possui uma demanda real daquilo que pretende adquirir. Seja por necessidades básicas como alimentação ou moradia, o consumidor busca preencher sua necessidade consumindo aquilo que irá satisfazer ou solucionar seu problema.
  • Oferta: nesta etapa entram as empresas que através do mercado oferecem seus produtos que preenchem as diversas necessidades geradas pela demanda do consumidor frente a um problema.
  • Concorrência: nesta etapa o consumidor tem o poder de escolher entre diversos produtos o qual melhor atende suas necessidades frente ao seu poder financeiro para realizar a compra.
  • Efetivação: após as etapas anteriores o consumidor por fim realiza a compra do produto/serviço.

As etapas acima descrevem de uma forma bem simples como se dá o processo de consumo de uma pessoa, porém diversos fatores externos influenciam e alteram a forma como consumimos hoje. Um exemplo disso é como a mídia pode influenciar o fator de decisão de compra de um produto.

Antes, o setor de marketing das empresas eram meros funcionários que realizavam um serviço aqui e outro ali, porém hoje as empresas investem cada vez mais na imagem de sua marca a fim de conquistar os clientes demonstrando valor.

O real problema é que a competição agressiva das empresas levaram muitas delas a chegarem a níveis excessivos de exposição de suas empresas como quando uma empresa aborda o lado psicológico de um consumidor expondo o mesmo à criação de necessidade.

Quem de fato precisa de um celular com mil funções, que fala, que anda e cozinha? Ora, até tempos atrás ninguém!

Até porque esses aparelhos nem existiam e só o fato de alguém imaginá-los e dizer que um dia falaríamos com uma pessoa do outro lado do mundo segurando um pequeno tijolo na mão já garantiam uma vaga num hospício mais próximo.

O ovo ou a galinha?

O capitalismo criou o consumismo ou o consumismo criou o capitalismo?

Dizer que o consumismo é uma praga do capitalismo é muito fácil e preconceituoso. Porém se analisarmos o consumismo baseado nas teorias de comportamento humano veremos que a coisa não é tão simples assim.

O meu amigo Maslow já nos alertou… temos diferentes etapas de necessidades que são características humanas e independem do sistema em que estamos contextualizados.

Se seguirmos a premissa de que a pirâmide de Maslow está correta, entenderemos que o ser humano possui necessidades de consumir naturais à nossa raça. Tal qual um pavão levanta as penas para atrair as fêmeas, nós seres humanos nos provemos de itens que nos trazem algum status social que com o qual iremos atrair a atenção.

Negar essa teoria é quase loucura quando observamos que através da história da evolução humana o status sempre esteve presente.

Seja na época da caverna, quando quem possuía mais alimento, melhor abrigo e itens diversos tinhas as melhores “fêmeas”, como hoje é para quem tem o carro do ano, a marca da vez e etc (sem generalizar ou estereotipar homens e mulheres, é claro).

(Para dar uma revisada na teoria das necessidades de Maslow clique aqui).

Consumo… Nem tão vilão assim!

“Quem estudou socialismo é socialista. Quem estudou capitalismo é capitalista. Quem estudou os dois é economista

A frase acima serve para mostrar que não podemos ver o consumismo como um filho bastardo do capitalismo que vai levar a todos nós a destruição. É claro que o consumo desenfreado de recursos corrompe nosso meio ambiente e por conta disso prejudica nosso atual sistema.

No entanto devemos lembrar que a revolução industrial teve muitos, mas muitos benefícios sendo um que posso citar aqui é o consumo. Isso mesmo. Quando antes os produtos eram feitos de forma artesanal, muitas pessoas não tinham acesso a muitos produtos por conta do preço que eles tinham.

Foi quando com a produção em massa, que foi capaz de reduzir os preços, que as pessoas puderam consumir aquilo ao qual até então elas não tinham acesso.

Consumo, utilizando o conceito pra investir.

Em outro artigo eu já falei sobre como analisar empresas para investir seu dinheiro nelas, e me aproveitando da dica #1, vou dar uma dica para investir em empresas analisando seu consumo!

Se você quer montar uma carteira de ações para longo prazo, você precisa se certificar que a empresa da qual você está comprando ações possui uma perspectiva de crescimento estável. Mas como fazer isso? Simples, você pode se basear no mercado consumidor da empresa… como por exemplo:

Uma empresa que vende remédios. Nós sabemos que apesar do período do ano, há pessoas comprando remédios todos os dias. No inverno este consumo se intensifica, mas no resto do ano não há uma queda brusca no faturamento de vendas da empresa.

ou

Uma empresa vende protetor solar. Por mais que os dermatologistas insistem que usemos protetor solar todos os dias, é provável que esta empresa só terá um bom faturamento nos meses de verão.

Entendeu a dica?

Então é isso. Agora sabemos que o consumo tem duas faces que temos que entender ambas para não acabarmos falando besteira quando discutimos sobre o assunto e bons investimentos!

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Até a próxima!

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