LAISSEZ FAIRE – O QUE É O “LIVRE MERCADO”?

Tempo de leitura: 5 minutos

(Antes de continuar a leitura deste artigo, recomendo a você dar uma revisada neste: Funções do Governo.

Imagine que há um lugar aonde você pode comprar diversas coisas como comida, roupas, utensílios pessoais, coisas pra sua casa dentre outras coisas e cada uma destes itens tem diversas variedades e preços diferentes.

Como existem diversos vendedores neste lugar cada um tem que oferecer o melhor custo x benefício para que atraia os clientes para comprar em suas lojas ao invés das dos concorrentes. Seja no preço, na qualidade do produto ou em uma promoção, cada vendedor vai se desdobrar para alcançar o seu objetivo: o lucro.

Agora imagine outro cenário totalmente diferente. Também existem vendedores e produtos, mas há uma lei que faz os produtos de certos vendedores serem mais caro do que os outros. Mesmo que o produto beneficiado pela lei não seja de boa qualidade, você pode ter que escolher ele por que você não tem tanto dinheiro assim pra comprar o outro produto que a lei tornou mais caro.

Essa é a diferença entre um mercado sob influência do governo e o livre mercado.

Laissez faire, deixem os mercados em paz.

O famoso termo laissez-faire foi dito pela primeira vez pelo escritor francês Pierre de Boisguilbert e em tradução livre pode ser tomado como “deixe livre”.

O famoso termo faz referência à ideia de que um mercado livre, sem a interferência do governo, é um mercado muito mais eficiente e que por haver de fato a concorrência leal, sem que o governo favoreça uma empresa ou outra, a economia atinge um estado de equilíbrio.

Um dos grandes defensores da economia de livre mercado foi um dos maiores pensadores econômicos de todos os tempos, Adam Smith, que defendia que a economia deveria seguir seu fluxo natural sem que os governos interferissem

Smith acreditava que o mercado por si só era o bastante para que as pessoas tivessem tudo aquilo do qual elas necessitassem e ainda dizia que se o mercado pudesse se auto ajustar as pessoas não só teriam suas necessidades saciadas como as teriam pelos melhores preços devido a concorrência sem intervenção estatal.

Ele dizia que o mercado possui um ajuste natural de preços quando os bens têm seus preços refletidos naquilo que compete o esforço para sua produção. Sua teoria de preços justos afirma que o capital, a terra e o trabalho são devidamente remunerados em uma economia de livre mercado e que não há a possibilidade de um aumento abusivo dos preços uma vez que quando houvesse um desequilíbrio no valor dos produtos outras empresas veriam oportunidade de ganho e entrariam nos mercados com preços melhores, o que faria as empresas existentes baixarem seus preços.

A mão invisível

Para que a economia andasse em harmonia por suas próprias pernas deveria haver uma conexão entre as pessoas que de algum modo às fizessem produzir bens e serviços. Essa conexão natural seria a “mão invisível” que Smith dizia ser a mão que geria a economia e permitia ela evoluir.

No seu livro A riqueza das nações, Smith disse que o egoísmo humano era quem movia a economia e não a compaixão pelo próximo. Segundo ele, o egoísmo do padeiro em lucrar com a venda dos pães que colocava alimento na mesa das pessoas, ou seja, o padeiro pensando em seu próprio ganho ajudava a sociedade fornecendo alimentos.

Laissez faire – Mercado eficiente é mercado justo.

Muitas pessoas defendem a intervenção do governo na economia e dizem que sem a força estatal a economia estaria em ruínas. Será?

Por vezes o governo interfere em alguns setores da economia quando ele acha que este está passando por alguma necessidade, ou que precisa ser otimizado, mas o governo nem sempre o faz com a melhor das intenções.

Se determinado produto está muito caro e a população precisa dele, o governo pode diminuir impostos, por exemplo, ou estipular leis que façam os produtores abaixarem seus preços e isto pode ocasionar o prejuízo para as empresas.

Mas não é bom quando o governo, por exemplo, abaixa o preço dos produtos?

Depende, se o governo o faz por conta de uma alta inflacionária e especulativa por parte das empresas é bom para a população ter o produto mais barato, mas e se o governo faz estas reduções para se auto promover próximo à campanhas eleitorais? Ele pode ocasionar prejuízo a determinadas empresas e levarem estas a falência, assim eliminando diversos empregos e afetando uma cadeia produtiva interligada.

Governo, a mão de ferro.

Na crise mais recente que os Estados Unidos passaram em 2008, muito foi dito sobre suas causas e suas consequências. Basicamente existem dois tipos de defesas sobre quem teria causado a crise.

Os defensores do livre mercado dizem que a intervenção exagerada do governo fez com que bancos aceitassem emprestar dinheiro para pessoas que eles sabiam não poder pagar para que estas pessoas mais humildes pudessem comprar casas.

O governo alimentou o mercado com tanto crédito que as pessoas consumiram exageradamente e quando a conta chegou a maioria não tinha dinheiro para pagar. Com a falta de pagamentos a crise foi como um efeito dominó.

Já os defensores da maior presença do Estado na economia disseram que o que causou a crise foi a ganância dos banqueiros em obter mais lucros e por isto eles apostaram seu capital em um empréstimo de risco maior.

E você, o que acha?

Quer conhecer mais sobre o Livre Mercado? Clique nos links abaixo:

Governo, o homem gordo.,

Socialismo, uma economia para todos.

Então é isso, você agora conhece a teoria de livre mercado e pode entender quando e onde o governo deve interferir na economia. Se gostou não deixe de compartilhar com os amigos!

Até a próxima!

11 Comentários











  1. Eu não entendo de economia, gostaria de saber se poderia responder algumas duvidas que surgiram
    Se o estado intervêm na economia taxando importações pra impedir dinheiro de sair do pais, ao passar ao livre comercio, como pode ter certeza de que não será as empresas de fora que superarão as nacionais ou as iniciativas nacionais de competir com estas (até porque estas já estão no mercado e tem grana pra bancar concorrencia e faze-las quebrar).
    E como o livre mercado impediria um país de quebrar, pois parece que ele dá uma liberdade exagerada, como numa confiança demasiada que sua teoria de melhora e estabilidade vingará, mas tudo na teoria funciona, como os defensores da livre economia tem respondido a isso? Saberia dizer?

    Ps: porque as outras respostas não são visiveis?

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    1. Olá Diogo, tudo bem?

      De forma resumida, respondendo a sua pergunta, o que impede um país de quebrar é a boa e velha Oferta e Demanda. Imagine o seguinte… no caso de uma empresa estrangeira entrar no Brasil importando seus produtos, o primeiro que sai ganhando é o consumidor, pois ele terá acesso a produtos melhores e mais baratos logo de cara.

      Sim, eu sei que uma empresa estrangeira pode quebrar a nacional, mas pense comigo. Se uma empresa estrangeira está fazendo sucesso aqui no país, não é de se pensar que ela, dado o tamanho volume de vendas que está tendo, pensaria em produzir em localidade nacional? Instalando uma fábrica aqui em território tupiniquim ela a) pagaria impostos, b) geraria empregos, c) consumiria matéria prima nacional e muitos outros benefícios.

      Pagando impostos ela sustenta a máquina pública, gerando emprego e consumo ela também gera impostos par o governo e por fim, consumindo recursos nacionais (matéria prima), ela gira toda uma cadeia de produção interna dessa MP, gerando mais renda, mais emprego e mais imposto para o governo.

      Isso na verdade já ocorreu, quando abrimos nosso mercado para as indústrias automobilísticas europeias e norte americanas, ou ainda empresas de tecnologia.

      No mais, espero ter respondido a sua pergunta! Abraços…

      Responder

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