POUPANÇA EXTERNA – O QUE É? PARA QUE SERVE?

Tempo de leitura: 4 minutos

Para um país crescer de forma consistente são necessárias diversas medidas para que as condições de negócios deste país sejam favoráveis aos empresários e empreendedores.

Dentre estas medidas, podemos destacar a liberdade econômica, a transparência do governo, a estabilidade do mercado, o livre acesso ao mercado de capitais e a infraestrutura.

Sobre esta última, devemos entender que ela é uma das mais necessárias a qualquer país que queira se desenvolver e criar uma economia sólida.

A infraestrutura é um ponto essencial para qualquer nação, uma vez que um país que possui portos, aeroportos, rodovias e capital tecnológico desenvolvidos, atrai facilmente diversos empreendedores que queiram realizar seus projetos e encontram um lugar bom para crescer.

Investimentos, parceiros ou credores?

Um grande projeto de infraestrutura demanda, na grande maioria das vezes, um aporte imenso de investidores, pois a construção de um porto ou uma hidrelétrica não é para qualquer um. Milhões e, às vezes, até bilhões são aplicados nestas obras que demandam tempo e em muitos casos terão retorno financeiro depois de muitos e muitos anos.

Como nesses casos os empresários podem não ver vantagens para si, o governo é quem toma a iniciativa da construção destes. Sem necessidade de retorno imediato em seus investimentos e com a obrigação de oferecer alguns serviços à população (como energia elétrica, por exemplo), é o governo quem arregaça as mangas e toca o projeto.

Mas como financiar tais projetos??

Para realizar tais investimentos, o governo se utiliza de algo chamado poupança interna, que é o total acumulado da poupança da iniciativa privada (empresas) e das pessoas físicas. O governo estimulando a poupança consegue se financiar e ter disponível capital para a realização de diversos projetos de infraestrutura.

Mas quando o consumo da população consome toda e qualquer possibilidade de poupança e o governo não tem como se financiar, ele precisa captar dinheiro no exterior. Consequentemente o acesso à poupança dos gringos se chama poupança externa.

Poupança Externa – O que é?

Para ter acesso a este capital o governo pode se utilizar de dois modos:

  • Parceria: quando um investidor estrangeiro financia junto ao governo do Brasil o empreendimento afim de um retorno financeiro.
  • Credor: quando um investidor estrangeiro empresta dinheiro ao Brasil para a realização do projeto.

A diferença entre eles é que no primeiro, o risco é mitigado entre o investidor e o governo brasileiro, além de ter um menor custo e mais benefícios, quando os estrangeiros veem vantagem em investir no Brasil. No segundo estamos devendo para um terceiro no exterior e ficamos a mercê do cenário internacional, com vulnerabilidade à crises.

O problema do Brasil…

O Brasil hoje vive um dilema que é uma briga eterna entre os economistas: “poupar ou consumir?”

Pode definição, poupança é o saldo entre a renda e o consumo. Traduzindo a frase, significa que você só poupa quando gasta menos do que ganha. Entendido isto, temos dois pensamentos distintos entre os economistas, quando uns dizem que o governo devem dar crédito à população para que esta consuma e gere demanda, fazendo assim as empresas investirem em expansão, e outros dizem que o governo deve estimular a poupança para que ele possa ter capital suficiente para realizar obras de benfeitoria pública.

O problema é que uma economia não cresce de uma hora para outra, e dar dinheiro na mão da população pode levar a uma inflação descontrolada. Com mais inflação o governo terá que disponibilizar mais dinheiro e realimentar esse ciclo.

Já com uma população equilibrando consumo e poupança, é possível o governo propiciar um cenário positivo quando mostra ao exterior que investe no próprio país e dá condições das empresas se desenvolverem aqui.

No Brasil, como a maioria da população encontra-se na classe C, todo aumento de renda é utilizado no consumo, o que não possibilita as famílias criarem suas próprias poupanças. E pior, o atual governo estimula o consumo e não a poupança.

O resultado é uma economia esgotada, crescendo a taxa média de 2% e uma inflação encostando no teto da meta e incomodando os bolsos dos brasileiros.

Conclusão: é melhor estimular a diminuição do consumo para que haja maior capacidade de investimento produtivo, que após um tempo, irá gerar maior oferta, consumo e lucros às empresas sem que uma demanda descontrolada afete a economia e gere inflação.

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Até a próxima!

2 Comentários



  1. Fala Denis!

    Bacana o texto, mas esqueceu que não há incentivo a investimento sem demanda. As empresas não irão tomar crédito para ampliar a oferta caso não haja demanda latente. Por isso a teria induz ao governo gastar, ter um défict, mas obter aumento de receita tributária que, mais a frente, compensaria este déficit.

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