SÉRIE PENSADORES – ADAM SMITH.

Tempo de leitura: 5 minutos

Hoje começamos a Série Pensadores, uma sequência de artigos sobre diferentes pensadores econômicos que foram marcantes para sua época e corrente de pensamento. Nessa série vamos conhecer um pouco da história de grandes economistas que através dos séculos revolucionaram o modo de se enxergar o mundo.

No artigo de hoje, vamos conhecer um pouco mais sobre Adam Smith, um economista de pensamento liberal. Vamos à sua história.

Adam Smith (1723 – 1790):

Nascido na Escócia filho do segundo casamento de um fiscal da alfândega escocesa. Desde cedo foi destaque em suas atividades quando se graduou na Universidade de Glasgow com apenas 17 anos.

Lá, cursou a faculdade de filosofia, mais precisamente filosofia moral, que anos mais tarde seriam base para a criação de suas teorias econômicas. Pouco depois, se especializou em filosofia em Oxford, tornando-se conferencista de ética na cidade de Edinburgo.

Já com alguma bagagem teórica, com 27 anos se tornou professor na Universidade de Glasgow ensinando tudo aquilo que havia aprendido, entre ética, filosofia moral, teologia, jurisprudência (direito) e economia.

Mais ou menos nessa época conheceu David Hume, um dos maiores filósofos da história britânica. Além de Hume, Adam Smith mantinha amizade com os nomes mais importantes da época, como James Watt, o inventor da máquina a vapor, um dos principais instrumentos da Revolução Industrial.

Em contato com diversos acadêmicos e com os principais mercadores da época, Smith acumulou anos e anos de conhecimento teórico alinhado com o que acontecia na prática nos mercados e economia de seu país. C

om aproximadamente 35 anos de idade, época em que já era o reitor de sua universidade, Smith escreveu seu primeiro livro chamado Teoria dos Sentimentos Morais, livro este que abordava a natureza humana e como o homem se comporta na sociedade frente seus sentimentos, experiências e ambições.

Sua fama começa a crescer!

Tal era a sua importância e fama em seu país que foi convidado a ser tutor do Duque de Buccleuch, filho de uma das famílias mais importantes na Grã-Bretanha à época. Com seu novo cargo, iniciou sua jornada por toda a Europa ensinando ao seu pupilo tudo que sabia sobre os mais variados assuntos.

Durante esse período, percorrendo lugares como Toulouse, Londres, Genebra e principalmente Paris, local que deu início ao sua paixão às ideias de liberdade fundamentadas pelos Iluministas.

Encantado com as ideias sobre a liberdade de pensamento, liberdade ideológica, liberdade de imprensa e principalmente a econômica, Smith após retornar a sua cidade dedicou o tempo restante de sua vida na elaboração daquela que seria a sua maior obra: A riqueza das Nações, publicada em 1776, sendo este considerado a Bíblia do libertarianismo.

Por fim, próximo de seus 65 anos, viveu os últimos anos de sua vida como funcionário do governo, trabalhando na alfândega assim como seu pai. Morreu em 1790 aos 67 anos devido a uma doença.

A riqueza das Nações.

O livro Riqueza das Nações foi um grande marco no que tange a evolução do pensamento econômico. Na época em que Smith estava elaborando sua obra predominava o pensamento Mercantilista o qual afirmava que para uma nação ou país ser considerada rica, esta devia ter a maior quantidade de metais preciosos (ouro e prata) possíveis.

Para que isso acontecesse, os países tinham três alternativas possíveis:

  • Um saldo de exportação maior do que o de importação, resultando em uma balança de pagamentos positiva e na entrada de dinheiro no país.

 

  • A entrada de novos recursos advindos de colônias que os países europeus dispunham.

 

  • A proibição da compra de produtos estrangeiros, evitando assim que o dinheiro saísse do país.

Das três alternativas, a mais fácil era a implementação de barreiras comerciais contra outros países, mantendo assim todo o ouro dentro da própria nação. Mais fácil, porém não a melhor.

Com barreiras comerciais, protegia-se as empresas que existiam dentro do país contra a concorrência externa, dando a elas uma situação de monopólio. Também eram observados casos em que haviam a escassez de produtos para a população, uma vez que não se podia comprar de outros países e a produção interna não era capaz de atender toda a demanda.

Contra isso, Adam Smith elaborou linhas de pensamento que defendiam a liberdade dos mercados e a liberalização do comércio em nível mundial.

Segundo ele, devia-se deixar os empreendedores e empresários em paz, para que estes através da concorrência oferecessem os melhores produtos ao público. Esse pensamento econômico ficou conhecido como Laissez faire ou deixem-nos livre!

Ainda no livro Riqueza das Nações, Adam Smith pregou que os homens devem ser livres para dedicarem a sua vida ao emprego de sua capacidade naquilo que trouxer a melhor recompensa possível, ressaltando que quando cada um busca aquilo de melhor para si mesmo, acaba entregando o melhor também para a sociedade, como seu houvesse uma “mão invisível” que guiasse as pessoas em pró da evolução da sociedade através do melhor emprego dos recursos disponíveis.

Foi neste livro que uma das frases mais famosas de Smith foi conhecida:

“Não é da benevolência do cervejeiro, açougueiro ou padeiro que devemos esperar nosso jantar, mas da consideração que eles têm pelo próprio interesse.”

Para saber mais sobre a ideologia de Adam Smith clique nos artigos abaixo:

Nosso papel político, econômico e social!

Livre mercado

No próximo episódio, conheça um mais sobre o economista com ideias contrárias ao libertarianismo, Karl Marx (para acessar clique aqui).

Até a próxima!

 

4 Comentários



  1. Seu blog é ótimo! Já cheguei a ler um pouco de A riqueza das nações (o primeiro volume dos cinco). Muito bom.

    Responder

    1. Olá Pedro! Muito obrigado.

      Continue acompanhando o blog para conhecer outros grandes pensadores econômicos!

      Um forte abraço.

      Responder

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